sábado, setembro 30, 2006

15.ª blague



E OS MOSQUITOS SENHOR? PORQUE LHES ATIRAS COM DUM-DUM?


Acabo de ver uma pungente reportagem - a propósitos de touradas, para que os mais "sensíveis" façam já logout - na qual grupetos de jovens com ar de "contra", e podem ser contra seja o que for, criticam a tourada na televisão. Sim... para já criticam a tourada na televisão. Porque se não der na televisão não existe, como esses grupetos que, se não aparecerem na televisão não existem, não é?

Por acaso já tinha lido no Expresso um senhor que parece que é advogado e confesso admirador do senhor finado doutor Salazar - quando a tourada era uma das formas de ir entretendo os tolos - a instigar estes movimentos de jovens da cidade, para os quais, o bife nasce uma embalagem em vácuo nas prateleiras do supermercado, a levarem a sua "luta" até ao ponto de a estenderem às Ilhas Britânicas, numa tentativa de fazer passar a mensagem de que, se vierem fazer turismo a Portugal, não se hoepedem, não durmam nos hoteis de cidades que promovem espectáculos com touros.

Os britânicos que até preferem - mostrem-me números que o contrariem - ir para Espanha onde o animal até é morto na praça... mas pronto. Eles de certeza nunca foram de férias a Sevilha a Málaga, a Córdova... claro que não foram. Nem nas viagens de finalistas quando é usual destruirem os quartos dos hoteis onde ficaram.

São jovens, não pensam. Não pensam uma ova!

Têm todo o direito em se manisfestar contra um espectáculo que acham degradante. Pois têm. É isso que diz a democracia que, porém, pela mesma razão permitirá a quem gosta de touradas que as veja. Na televisão pública, pois! Então não temos que ver as procissões de Fátima? E não somos um estado laico? Porque é que eu, agnóstico, tenho que ver missas na TV? E eu, enquanto agnóstico, não posso manifestar-me contra a(s) igreja(a) que assentam a sua actividade no logro de que existirá um deus e, a grande maioria delas, incluindo a católica, pede dinheiro mesmo a quem mal consegue sustentar-se com a promessa de uma vida melhor após esta vida?

Mas eu estou-me nas tintas para estes grupetos, o que gostava era que Portugal não se diluísse num todo global. Não queremos mais touradas, a matança do porco, em festas pagãs, pois está claro, que juntam a comunidade local também é proíbida, a té a colher de pau com a qual se mexiam bolos e belas sopas já são proíbidas.

Beber vinho está condicionado ao medo de ser apanhado por uma brigada de trânsito - mas se fôr daquele que custa 150 euros por garrafa, esse pode-se beber, porque quem o bebe é a élite, gente de bem...

... podia estender aqui um rosário de coisas que os portugueses sempre fizeram, como outros povos mantiveram e mantêm com muito orgulho as suas tradições porque são marcas muito particulares da sua singulariedade, mas para quê?

Os espanhóis em 30 anos pularam 50 em relação a nós, sem ter sido preciso proíbir touradas e grande parte dos turistas que vão para Espanha é, também, para ver touradas- que, francamente, são espectáculos em recinto fechado ao qual só vai quem quer -; e vão continuar a progredir porque os jovens espanhóis não levam 7 anos para acabar um curso universitário de 4 e porque os trabalhadores, aquela gentalha que suja as mãos a trabalhar, entra às sete, sai às 4 mas trabalha 8 horas e meia, e os portugueses entram às oito e saiem às seis mas não trabalham mais de 5... (porque é que as grandes empresas vão para Espanha?)

Mas o que mais me irrita, sim, irrita, são estas manifestações "seleccionadas" de amor pelos animais. O touro de lide só existe para ser lidado... já leram, ou já perguntaram alguma coisa sobre isso?

Mas para não me tornar chato... ou somos todos "bárbaros", ou defendemos TODOS os bichinhos. Por isso... presumo que aqueles activistas, na pior das hipóteses, tenham redes mosquiteiras nas janelas de casa.... eu não ia acreditar que usassem Dum-Dum para matar os pobres bichinhos que não pediram para nascer...

3 Comentários:

Às 10:34 da tarde , Blogger RuiQuinta disse...

Eu não acabei de ler a crónica, mas vou por a questão doutra maneira.

Que tal por um homem numa arena e espetarem-lhe algo nas costas até que se custe a mexer? Depois "encostavam" aquele e iam buscar outro ao palco enquanto os outros batiam palmas.

Eu não sou activista dos direitos doa animais, mas considerar espectáculo e dar dinheiro para matar e ver matar um animal, não o faço.

Se é para matar, que se mate muita gente que por ai anda a fazer peso à terra, enquanto o pobre touro apenas come erva.

 
Às 3:06 da tarde , Blogger mzmadeira disse...

A tourada nem sequer é algo de muito antigo na nossa tradição, terá surgido aí por finais do Século XVII, mas é algo que nos identifica como portugueses. Bem mais do que o mui britânico futebol, por exemplo.
E, aceito, pode haver vários ângulos pelos quais pode ser olhada.
Tentem olhá-la pelo lado artísco, vejam o espectáculo, admirem o seu lado plástco (que não de plástico, há um gande diferença).
Mas a grande questão é que, se calhar porque começámos a eber coca-cola muito tarde porque o senhor António de Oliveira Salazar proibiu o seu consumo, hei-os a cada dia que passa mais rendidos a tudo o que vem da terra do Tio Sam. As colas, os hamburgueres, a música, o basquetebol, os sapaos ténis, as trancinhas no cabelo, os brincos nas orelhas.
Portugal está a desaparecer entamente.
Aqui a lado, num orgulho nacionalista que chega a raiar a soberba, os espanhóis, que por acaso é um povo que não existe - não existe não, e a Espanha foi inventada; o que existem são galegos, castelhanos, catalães, aragoneses, navarros e bascos - preservam tudo o que lhes srva para vinar a sua identidade.
Não há programa musical na TV Galiza que não traga os gaiteiros; o mesmo acontece mais a sul, onde o flamenco continua a ser rei nos espectáculos locais. As "fallas" de Valencia estão carregadas de história e de tradição e, um pouco por todo o país, ao domingo à tarde, depois da missa, lá vão famílias inteiras para a tourada. A silhueta do touro é, aliás, não apenas maais uma, mas a mais conhecidas de todas as "marcas" de Espanha.
E Espanha é 100 vezes mais destino turístico que Portugal. Não me consta que nenhuma associação, chamada cívica, tenha apelado aos operadores turísticos para que não vendam férias em Espanha por causa das touradas. Cá houve quem se tenha lembrado disso.
Mas há mais. Há a matança do porco, acto comunitário no qual várias famílias aproeitam para matar o bicho que criaram com resto de comida. E, duante muitas décadas aquela era, depois de devidamete salgada, a única cane que comiam durante o ano porque o dinheiro não dava para comprar mais.
Mas, ao contrário dos outros, nós temos vergonha das nossas tradções, da nossa identidade. Quanto mais depressa fizermos esquecer que Portugal é o mais antigo país do mundo com as fronteiras definidas, melhor.
Cantamos em inglês, até praguejamos em inglês. Não o inglês das Ilhas Britânicas, mas o do outro lado do Atlântico...
Eu sou português, gosto do meu país, orgulho-me do nosso passado e das nossas tradições. Quanto ao resto... estremunhem à vontade.
Por enquanto sou livre de expresar as minhas opiniões, embora já seja proíbido de fazer uma data de coisas, copiados que foram para cá os "hábitos" de um país que é 600 anos mais novo do que o meu.

 
Às 9:19 da tarde , Blogger RuiQuinta disse...

VikingVasa antes de eu desconhecer um doce algarvio tu ja tens um nome... dinamarques.

 

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