15.ª blague

E OS MOSQUITOS SENHOR? PORQUE LHES ATIRAS COM DUM-DUM?
Acabo de ver uma pungente reportagem - a propósitos de touradas, para que os mais "sensíveis" façam já logout - na qual grupetos de jovens com ar de "contra", e podem ser contra seja o que for, criticam a tourada na televisão. Sim... para já criticam a tourada na televisão. Porque se não der na televisão não existe, como esses grupetos que, se não aparecerem na televisão não existem, não é?
Por acaso já tinha lido no Expresso um senhor que parece que é advogado e confesso admirador do senhor finado doutor Salazar - quando a tourada era uma das formas de ir entretendo os tolos - a instigar estes movimentos de jovens da cidade, para os quais, o bife nasce uma embalagem em vácuo nas prateleiras do supermercado, a levarem a sua "luta" até ao ponto de a estenderem às Ilhas Britânicas, numa tentativa de fazer passar a mensagem de que, se vierem fazer turismo a Portugal, não se hoepedem, não durmam nos hoteis de cidades que promovem espectáculos com touros.
Os britânicos que até preferem - mostrem-me números que o contrariem - ir para Espanha onde o animal até é morto na praça... mas pronto. Eles de certeza nunca foram de férias a Sevilha a Málaga, a Córdova... claro que não foram. Nem nas viagens de finalistas quando é usual destruirem os quartos dos hoteis onde ficaram.
São jovens, não pensam. Não pensam uma ova!
Têm todo o direito em se manisfestar contra um espectáculo que acham degradante. Pois têm. É isso que diz a democracia que, porém, pela mesma razão permitirá a quem gosta de touradas que as veja. Na televisão pública, pois! Então não temos que ver as procissões de Fátima? E não somos um estado laico? Porque é que eu, agnóstico, tenho que ver missas na TV? E eu, enquanto agnóstico, não posso manifestar-me contra a(s) igreja(a) que assentam a sua actividade no logro de que existirá um deus e, a grande maioria delas, incluindo a católica, pede dinheiro mesmo a quem mal consegue sustentar-se com a promessa de uma vida melhor após esta vida?
Mas eu estou-me nas tintas para estes grupetos, o que gostava era que Portugal não se diluísse num todo global. Não queremos mais touradas, a matança do porco, em festas pagãs, pois está claro, que juntam a comunidade local também é proíbida, a té a colher de pau com a qual se mexiam bolos e belas sopas já são proíbidas.
Beber vinho está condicionado ao medo de ser apanhado por uma brigada de trânsito - mas se fôr daquele que custa 150 euros por garrafa, esse pode-se beber, porque quem o bebe é a élite, gente de bem...
... podia estender aqui um rosário de coisas que os portugueses sempre fizeram, como outros povos mantiveram e mantêm com muito orgulho as suas tradições porque são marcas muito particulares da sua singulariedade, mas para quê?
Os espanhóis em 30 anos pularam 50 em relação a nós, sem ter sido preciso proíbir touradas e grande parte dos turistas que vão para Espanha é, também, para ver touradas- que, francamente, são espectáculos em recinto fechado ao qual só vai quem quer -; e vão continuar a progredir porque os jovens espanhóis não levam 7 anos para acabar um curso universitário de 4 e porque os trabalhadores, aquela gentalha que suja as mãos a trabalhar, entra às sete, sai às 4 mas trabalha 8 horas e meia, e os portugueses entram às oito e saiem às seis mas não trabalham mais de 5... (porque é que as grandes empresas vão para Espanha?)
Mas o que mais me irrita, sim, irrita, são estas manifestações "seleccionadas" de amor pelos animais. O touro de lide só existe para ser lidado... já leram, ou já perguntaram alguma coisa sobre isso?
Mas para não me tornar chato... ou somos todos "bárbaros", ou defendemos TODOS os bichinhos. Por isso... presumo que aqueles activistas, na pior das hipóteses, tenham redes mosquiteiras nas janelas de casa.... eu não ia acreditar que usassem Dum-Dum para matar os pobres bichinhos que não pediram para nascer...